sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Você sabia? Suicídio de criança causou polêmica na versão original de “Carinha de Anjo”

Quem acompanha a doce e inocente história de Dulce Maria (Lorena Queiroz) no atual remake de “Carinha de Anjo“, que o SBT estreou há algumas semanas, nem imagina que a trama infantil já foi alvo de um escândalo e tanto em sua versão original, produzida há mais de 40 anos na Argentina.

Para quem não sabe, muito antes da novela de hoje e da versão mexicana que o SBT levou ao ar em 2001, a história infantil ganhou sua primeira roupagem em “Papá Corazón” (“Papai Coração”), trama escrita por Abel Santa Cruz em 1973 e que fez estrondoso sucesso no país de Maradona.

Na ocasião, a então atriz-mirim Andrea Del Boca brilhava como a travessa Pinina, que reencontrava o pai, Maximiliano (Norberto Suárez), após anos de ausência e recebia conselhos do espírito de sua finada mãe, Lucía (Mercedes Harris). Até aí, nada de anormal. A polêmica teve início, porém, quando uma telespectadora de apenas cinco anos de idade surpreendentemente cometeu suicídio, após dizer a familiares que, assim como a garotinha da ficção, estava tendo contato com sua mãe já falecida.

A tragédia recebeu ampla cobertura da imprensa argentina e gerou muitas controvérsias, não só enquanto o folhetim esteve no ar, mas também posteriormente – houve a preocupação de evitar um incidente similar em adaptações posteriores da história, como “Mundo de Muñeca” (1986), também rodada na Argentina, e “Mundo de Juguete” (1974), primeira versão produzida no México. No primeiro caso, as referências à mãe da heroína-mirim foram amenizadas ao máximo no roteiro. Já no segundo, a presença do “fantasma maternal” foi substituída pela figura de uma babá idosa, que em conversas com a garotinha evocava doces lembranças da mãe que ela não pudera conhecer.

A preocupação com a polêmica dos anos 70 só veio a se dissipar totalmente em 2001, quando o produtor mexicano Nicandro Díaz resolveu produzir sua “Carinha de Anjo” e optou por seguir fielmente o texto original de “Papá Corazón” – e, desta vez, Dulce Maria (Daniela Aedo) pôde conversar normalmente com o espírito de Angélica (Marisol Santacruz) sem nenhum problema perante a audiência.

No remake atual do SBT, a situação se repete de forma um pouco diferente: Dulce Maria encontra-se em sonhos com Tereza (Lucero), como que compensando em sua fantasia a ausência da mãe com quem mal chegou a conviver.

Quanta confusão por um tema aparentemente tão inocente, não é mesmo?
“Papá Corazón” foi a primeira versão da história, em 1973

Fonte: RD1

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