sábado, 22 de julho de 2017

Bia Arantes, a irmã Cecília, faz revelações em entrevista exclusiva: “Nunca tinha pensado em ser atriz”

Bia Arantes, uma das estrelas de Carinha de Anjo, conversou, com exclusividade, com o site do SBT. No mesmo dia em que a irmã Cecília tirou o véu pela primeira vez na novela, a atriz abriu o coração, fez revelações sobre a carreira, deu detalhes de sua trajetória e até contou se o coração tem dono. Veja como foi o bate-papo:

Como foi o convite para trabalhar no SBT?
Eu me mudei para São Paulo porque meu pai estava passando por um problema de saúde. E parece que estava combinado, porque eu recebi uma mensagem da Lili, produtora de elenco, perguntando se eu não queria participar da seleção para Carinha de Anjo. Aí, eu já pensei "Nossa, que incrível! Acabei de me mudar para São Paulo e poder fazer uma novela aqui". Fui fazer o teste, e a primeira pessoa que eu encontrei foi a Lorena (Dulce Maria). Não fizemos o teste juntas, mas ficamos juntas o tempo todo. Foi muito gostoso. É difícil você ter uma experiência muito positiva fazendo o teste, e foi muito legal. Logo depois, me falaram que eu seria a Cecília e fiquei muito feliz.

Como é contracenar com as crianças?
Nossa, é incrível! Eu nunca tinha passado por isso, nunca tinha trabalhado com criança. Com as crianças nessa idade, a gente acompanha tudo. E é muito difícil, nesse momento, separar o real da ficção. Porque é ali que elas estão aprendendo. A primeira vez que amarra o sapato, primeiro dente que perde, primeira palavra diferente que aprende. Então, você vê o crescimento, voce acaba se afeiçoando demais. E dá um clima muito gostoso. Eu acho que não tem nenhum problema na vida que resista quando você chega no set, vê as crianças, ganha abraços. É claro que demanda mais energia, demanda mais foco, porque você não pode dar corda para brincadeiras o tempo todo, mas é muito gostoso. Sou louca por criança, então é uma delícia.

Existe muita diferença entre trabalhar com crianças e adultos?
Hoje em dia não, porque estamos gravando juntas há mais de um ano. Então, já tem uma disciplina. Mas, no começo, eu sentia, porque eu sou muito brincalhona, gosto de fazer um set divertido. E com as crianças, isso dispersa demais. Eu levei muita bronca: "Bia, pare de brincar com elas. Elas estão trabalhando".  A diferença é mais ou menos essa. Fora isso, são completamente profissionais.

Como é a rotina de gravações?
Eu gravo de segunda a sábado, normalmente. São raras as folgas nesses dias. Estou sempre dividindo estúdio, externas. Gravo em tais horários, chego em casa e decoro cena, separo cena. É isso. Vou vivendo em função da novela quase que o tempo todo.

E o clima entre o pessoal da novela, os bastidores?
É muito legal. Todo mundo se gosta e é muito amigo. Não é só uma conversa de atores, é uma galera que é amiga mesmo, que conversa sobre tudo, que é parceira sobre tudo. É muito gostoso. Parece infantil no jeito de falar, mas é como se fosse um trabalho em grupo na época da escola, quando você faz com pessoas que gosta. Então, você consegue fazer o que você gosta, e, ao mesmo tempo, seguir em um clima muito familiar. Você se sente em casa. Ainda mais a gente, que está junto há tanto tempo.

Como é interpretar a irmã Cecília?
É bem inusitado, bem distante da minha realidade. Eu sou muito diferente. Eu cresci com irmão mais velho, e a gente sempre foi muito junto. Então, sempre fui muito moleque. Tive que abdicar de vários comportamentos meus, como postura e voz, para dar uma doçura para a Cecília. Foi um estudo do que eu podia extrair para passar essa verdade para uma pessoa tão doce, tão ingênua, tão pura. É lindo de fazer, mas demanda muito cuidado. Para viver uma irmã, eu busquei muito do que eu vivi na minha infância, porque eu estudei quase a vida toda em colégio de irmãs. Até falei com uma das irmãs, que eu tenho no Facebook. A gente trocou ideias, tirei algumas dúvidas. Eu convivi com essa educação católica, com essa estruturação católica. Vi muitas noviças virarem irmãs e convivi com elas. Foi uma experiência que, graças a Deus, eu tive.
(Foto: Divulgação/SBT)

Você se parece com a Cecília?
A gente é bem diferente, mas se parece na empatia. Nós duas somos muito empáticas. É muito difícil eu julgar alguém, querer o mal de alguém. E essa bondade a Cecília também tem de sobra. No mais, eu sou muito mais enérgica que a Cecília, mais proativa. E por isso também é um desafio. 

Já conhecia alguém de Carinha de Anjo antes da novela?
Eu já conhecia a Camilla Camargo (Diana) e a Priscila Sol (Tia Perucas). A Pri, essa maluca, eu nem sei como eu conheci, mas faz muito tempo. A Camilla foi em testes. O engraçado é que a gente sempre se deu bem. A gente ensaiou de fazer trabalhos juntas, mas nunca tinha rolado. Então, quando a gente se viu aqui no SBT, foi a maior festa do mundo. E aí conciliou das nossas personagens serem amigas. Todo dia que eu vou gravar com a Camilla, a gente fala: "Eu gosto tanto de trabalhar com você".

Você sempre pensou em ser atriz?
Eu nunca tinha pensado em ser atriz. Mesmo quando eu comecei a fazer teatro, eu não pensava em levar isso como profissão. Eu era bailarina. Comecei aos três anos e lesionei o joelho com 13. Então, parei e passei a frequentar a companhia de teatro da minha cidade. Fui ficando, fazendo peça, gostando. Ainda assim, sempre quis ser psicóloga, nunca pensei em atuar. Com 16 anos, fui ao Rio de Janeiro para conhecer a cidade e encontrei um amigo que tinha agência, que já tinha feito algumas fotos. Fui à agência dele e, bem na frente, tinha uma agência de atores, que estava selecionando pessoas para fazer peça. Fiz o teste, passei e participei da minha primeira novela.

Como você lida com a constante mudança de cidade?
A minha cidade de Minas é muito perto de São Paulo. Então, agora, estando em São Paulo, eu consigo ficar mais perto dos meus pais. E para mim é uma delícia. Mas, é bem difícil mudar. Eu, quando criança, sempre me mudei também, porque meu pai trabalhava em banco e era transferido. Aos 16 anos, eu me mudei de uma cidadezinha do interior para o Rio de Janeiro e foi uma grande mudança. Mas, sempre tive muitos amigos que me ajudaram nesses momentos.

Como é a sua trajetória no cinema? 
Eu sempre gostei muito de cinema. Então, desde que comecei a atuar, o cinema sempre foi uma meta. Consegui entrar no cinema em 2014, quando eu filmei "O Último Virgem", um filme de comédia adolescente. Depois, fiz um filme de ação, chamado "Rota de Fuga". Esse filme é experimental, feito em três dias, e ele acontece dentro de um hotel. Uma loucura, mas muito bacana. Aí, surgiu "O Filme da Minha Vida", que vai estrear agora, no dia 3 de agosto. É um drama do Antonio Skármeta, que escreveu "O Carteiro e o Poeta", um filme que ganhou Oscar. Ele é chileno e tem histórias incríveis. Então, é sempre mágico trabalhar com o que gosta e com ídolos. Fiz também "Real, O Plano por Trás da História". E foi isso! Estou curtindo muito o cinema, é uma paixão também. A televisão, o teatro e o cinema são paixões diferentes.

E você prefere teatro, tv ou cinema?
Cada um tem uma vantagem. A novela te faz ter uma família, porque você acaba vivendo diariamente com essas pessoas e construindo essa história com elas. Acaba convivendo, compartilhando por muito tempo essa família. No teatro, você tem a resposta imediata do público, que é uma das coisas mais prazerosas para o ator. Já o cinema você tem tempo para fazer. Tempo para trabalhar sua emoção, trabalhar o que você quer, entender toda a psicologia de um personagem. Então, são prazeres diferentes, mas não tenho preferência.
Bia na redação da novela Foto:(Reprodução/Instagram)

Você tem algum filme preferido?
Nossa, são vários. Um deles é o "Brilho eterno de uma mente sem lembranças", que eu admiro em todos os sentidos. Admiro a fotografia, o roteiro, a direção, os atores. Então, ele completa várias áreas de um bom filme. Gosto muito também de "Paris, Texas", que tem uma história muito forte, um estudo de fotografia. É muito legal quando uma obra reflete tanto a realidade. Acho que são os meus dois preferidos.

Como atriz, quais são seus planos para o futuro?
Tenho planos. Eu estou pensando por onde começar. Ainda não sei, mas quero achar o projeto da minha vida. Um texto que seja o divisor de águas, e eu quero fazê-lo no teatro, para me dedicar inteiramente. Viver para esse trabalho. Eu ainda estou procurando. Vamos ver se eu vou achar.

O que você gosta de fazer nas horas vagas?
Eu gosto muito de ficar com o meu cachorro, em casa. Não sou muito de sair. Não gosto de balada, muito barulho. Aos domingos, gosto muito de acordar cedo, ir ao parque, tomar café. Adoro conhecer cafeterias por São Paulo, que é uma cidade que não cessa de conteúdo e informação. Gosto de ir a exposições, de caminhar na Avenida Paulista. Eu gosto de muita coisa, mas durante o dia. Não sou muito noturna.

E o coração, tem dono?
(risos) Tem dono. Tô feliz!

Antes da entrevista, a Bia Arantes comentou a novela Carinha de Anjo, em tempo real, pelo Twitter e fez uma live no Facebook do SBT. Se você não assistiu, é só dar o play agora!

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