Estreia dessa segunda no SBT, a novela ''Carinha de Anjo'' não deixa dúvidas: é dramaturgia para crianças, algo em que a emissora vem se especializando desde 2012 quando resolveu se aventurar nessa seara, com ''Carrossel'' – o que se revelou uma decisão acertada. Porém, desta vez, dando uma pequena – mas importante – variada.
Primeiro diminuiu a faixa etária das crianças e personagens centrais. A protagonista Dulce Maria – vivida pela graciosa Lorena Queiroz – tem cinco anos, assim como suas coleguinhas de internato, cujas idades variam até uns sete, oito no máximo. Nas produções anteriores, ''Chiquititas'' e ''Cúmplices de um Resgate'', a maioria das crianças era de idade um pouco maior, várias já pré-adolescentes. Com crianças ainda menores, muda-se também o tom da novela. ''Carinha de Anjo'' é ainda mais infantil. O que não impede de ter pré-adolescentes, mais precisamente as figuras de Maisa Silva e Jean Paulo Campos, afinal, os fãs de ''Carrossel'' também cresceram. Há de se conquistar novos públicos, mas manter os que já são fieis.
O SBT também variou os profissionais responsáveis pela produção. Saem Íris Abravanel (roteiro) e Reynaldo Boury (direção geral) – que juntos fizeram ''Carrossel'', ''Chiquititas'' e ''Cúmplices de um Resgate'' – e entram Leonor Corrêa (roteiro) e Ricardo Mantoanelli (direção geral) – ainda que Íris esteja presente como supervisora de texto de Leonor. Uma reciclagem importante.
Baseada num original da Televisa, que já foi exibido no SBT (em 2001), a ''Carinha de Anjo'' brasileira é colorida, bem produzida e dirigida, com cenários muito bonitos e uma produção musical atraente, que recicla clássicos infantis ou não. Mas a força está mesmo na história comovente da menina que conversa com a mãe falecida e que cresceu longe do pai.
Essa trama, inclusive, já foi feita no Brasil: ''Papai Coração'', produzida pela TV Tupi em 1976, com Narjara Turetta (a menina), Arlete Montenegro (a mãe), Paulo Goulart (o pai), Selma Egrei (a noviça), Nicette Bruno (a tia) e Joana Fomm (a candidata a madrasta). É que todas são originárias da mesma obra: a argentina ''Papá Corazon'', de Abel Santa Cruz, do início dos anos 1970.
Fonte: Nilson Xavier - UOL
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